Pais de alunos da Escola Estadual Professora Mércia Artimos Maron, no Jardim Santa Rita, em Diadema, começam hoje a se revezar em sala de aula. Motivo: acompanhar de perto o comportamento das crianças, depois que um grupo de garotos praticou atos constrangedores contra coleguinhas.
Os estudantes pertencem à 3ª série do Ensino Fundamental, com idades entre 8 e 10 anos. A equipe do conversou ontem de manhã com nove pais. Segundo eles, os problemas começaram na sexta-feira quando quatro meninos teriam abaixado as calças durante uma roda de leitura e mostrado os órgãos genitais para as meninas da sala.
A agressão psicológica foi descoberta pela mãe de uma aluna de 10 anos, que estranhou o comportamento da filha ao voltar para casa. “Naquele dia ela chegou pálida e muito estranha. Depois de eu perguntar várias vezes, contou que os meninos mostravam os pênis e diziam pornografias”, falou Samara Afonso Rodrigues, 34.
Inconformada com o que acabara de ouvir, Samara avisou os pais das amigas da filha. Novos relatos vieram à tona. Uma das mães encontrou um bilhete na mochila do filho com a frase: “Vou te istuprar sic”.
As crianças também relataram que já haviam visto revistas pornográficas e preservativos com alguns colegas de classe.
A diretora do colégio, Rute Rodrigues dos Santos, foi procurada no mesmo dia pelos pais. Ela e nenhum representante da direção foram encontrados, segundo as mães. “Avisamos uma funcionária da escola sobre este absurdo e ficamos de voltar na segunda”, afirmou Ademar Teixeira, 52, pai de aluna da mesma classe.
NOVO CASO
As atitudes dos meninos se repetiram na segunda-feira. Dessa vez, um deles teria dito para a filha de Samara que estava com o “pipi duro” e pedido para ela “sentar em cima”.
“Fiquei constrangido na hora que a mãe de uma amiguinha da minha filha contou tudo isso. A gente pensa que nossos filhos estão seguros e, na verdade, acontecem esses fatos”, afirmou o pai Ademar Teixeira.
Com medo que o problema ganhe maior proporção entre os alunos da escola, outros 108 pais assinaram um documento que pede providências à direção do colégio sobre o assunto. Alguns deles cogitam matricular os filhos em escolas particulares.
Fonte: Diário do Grande ABC