Diadema ‘rebola’ para ter investimentos

A Prefeitura de Diadema tem de ‘rebolar” para garantir novos investimentos na cidade. Do total de R$ 752 milhões previstos no orçamento de 2011, somente R$ 105 milhões estão separados pelo Plano de Obras para investimentos na cidade.

Esse recurso não é investido diretamente, ele é usado para pagamentos de contrapartidas em programas do governo federal, responsável pela aplicação em obras.

A Secretaria de Planejamento e Gestão Pública é a principal agente organizadora na administração. É ela que monitora gastos e arrecadações. Segundo a chefe da Pasta, Maria de Fátima Queiroz, cada setor tem um funcionário específico que se reúne com Planejamento para manter informações financeiras e técnicas de cada área. “A partir de junho, o setor de Orçamento e Finanças passou a ficar no Planejamento. Fizemos um plano sistemático para buscar novos recursos.”

Com ações e gastos em sintonia, o Executivo passou a ‘caçar” investimentos. E quem faz a interlocução das reivindicações é Maria de Fátima, já que o órgão de captação de verba está alocado na Pasta de sua responsabilidade.

Entre os financiadores do desenvolvimento de Diadema está apenas o governo federal. Sem os recursos aprovados pela União, o orçamento real de Diadema seria de R$ 526 milhões. “Essa é uma política de Estado, não é específica para Diadema.

Fizemos o pedido de duas praças pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e só uma foi aprovada, porque a outra não estava dentro dos critérios”, destacou. Em contrapartida, a relação com o governo do Estado, coordenado por Alberto Goldman (vice de José Serra, que renunciou para disputar a Presidência pelo PSDB), é “inexistente”. “Não desistimos do Estado.

Fizemos uma grande reivindicação de emendas parlamentares, independente das voluntárias apresentadas por deputados. Todas as possibilidades nós estamos reivindicando, mas, infelizmente, não contamos com estes recursos”, afirmou Fátima.

Segundo a secretária, o Estado não investe e deixa ações que seriam de responsabilidade dele para que o município arque com os custos. “Tem uma série de ações na Segurança Pública, como aluguéis dos batalhões da Polícia Militar, que somos nós que pagamos.

Na Saúde, eles investem com o programa Dose Certa, o qual chamamos de Dose Incerta, pois o repasse com os remédios chega sempre no último mês e de maneira sazonal”, atacou.

O governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) pretende criar a Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Metropolitano, exatamente para corrigir a falta de investimentos fora da Capital. “Tem de ter vontade política.

Eles precisam sentar com nossos prefeitos no Consórcio e discutir problemas reais de Transporte, lixo e Habitação. Se não, não funciona. Não dá para fazer Rodoanel e desviar caminhões pelo Centro de Diadema.”

F0nte: Diário do Grande ABC