O PT de Diadema decidiu encerrar coligação proporcional com o PCdoB para o pleito de 2012. A eleição do vereador Laércio Soares (PCdoB) à presidência da Câmara foi o estopim para que os petistas acabassem com a aliança costurada desde as eleições municipais de 2000.
A resolução foi referendada pelo diretório meses depois da histórica vitória de Laércio no Legislativo, quando bateu o petista Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, nome definido pela administração do prefeito Mário Reali (PT). Na ocasião, o comunista articulou paralelamente ao PT e conseguiu apoio de oito vereadores para desbancar a legenda do posto em que ocupava desde o mandato do ex-prefeito José de Filippi (PT), em 2000.
“Antigamente, somente a Articulação de Esquerda (ala mais radical do PT) era contra a coligação com o PCdoB. Mas, depois da eleição na Câmara, aproximadamente 70% do partido se mostrou contrário à aliança”, disse o presidente do PT de Diadema, Josemundo Queiroz, o Josa. O dirigente, porém, ressaltou que a sigla vetou coligação com qualquer outra legenda. “Não foi uma decisão direcionada ao PCdoB e que não impede de haver apoio para o Mário”.
Além do tombo no pleito para a presidência da Casa, outro argumento recorrente entre petistas desfavoráveis ao acordo foi o fato de Laércio ter assumido dois mandatos de vereador às custas de votos do PT.
Em 2004, o comunista recebeu 2.838 votos e impediu que nomes como o de Maninho ou de Antônio Lusairto Fidélis – ex-presidente petista e braço-direito de Filippi – chegassem à Câmara. Quatro anos mais tarde, Laércio, com 3.381 sufrágios, deixou na suplência o ex-vice-prefeito Joel Fonseca e o ex-vereador Jair Batista da Silva, o Pastor Jair.
“Acho válida essa resolução. Se eles acham que o PCdoB toma cadeiras do PT, é justo que eles acabem com a coligação. Vejo com naturalidade”, falou Laércio. O comunista, no entanto, não garantiu apoiar a reeleição de Reali em 2012. “O compromisso com o PT é para o primeiro mandato do Mário. Vamos conversar com todos, inclusive com o PT, mas o PCdoB também tem de trilhar seu próprio caminho”, emendou.
O atual presidente do Legislativo também criticou a “morosidade” do PT para costurar alianças para 2012. “Eles já poderiam ter designado um grupo para tratar desse assunto. Nunca é bom você começar essas negociações perto das eleições. Gera um desgaste desnecessário”, criticou o comunista, que, nos bastidores, é cotado como vice de Reali.
Fonte: Diário do Grande ABC