Delegado é acusado de agredir cadeirante em briga por vaga de estacionamento em São José dos Campos

O delegado Damasio Marino é acusado pelo advogado cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini, de 35 anos, de agressão. O motivo seria uma discussão por causa da vaga de estacionamento destinada a deficientes. O delegado teria estacionado seu carro na vaga destinada a portadores de necessidades especiais em frente a um cartório. O incidente aconteceu na cidade de São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo.

O advogado disse que encontrou um veículo estacionado na vaga destinada aos deficentes, sem nenhum adesivo indicando a condição de portador de necessidade especial. Ele afirmou que acabou estacionando seu carro em outro local e foi até o cartório, quando viu o delegado caminhando até o carro estacionado no local indevido. O advogado disse que chamou a atenção dele e acabou sendo xingado e agredido.

Em seguida, Damasio teria sacado a arma, apontado para ele e perguntado se o advogado queria morrer. O advogado disse ainda que recebeu uma coronhada na cabeça e mostra ferimentos no rosto, na cabeça e a camiseta com sangue para sustentar sua versão.

– Ele apontou a arma na minha cara e perguntou se eu queria morrer. Depois bateu com o revólver na minha cabeça. Fui humilhado pela minha condição de cadeirante – disse o advogado.

O advogado ficou paraplégico aos 17 anos ao ser baleado na coluna em um assalto.

O delegado disse, através de seu advogado Luiz Antonio Lourenço, que recebeu do advogado uma cuspida no rosto ao entrar no carro.

– Como qualquer pessoa, ele reagiu. Não apontou a arma, mas deu dois tapas – disse o defensor do delegado.

Segundo a versão do delegado, a mulher dele, que está grávida, não teria se sentido bem e, por isso, ele estacionou o veículo na vaga dos deficientes.

Uma mulher que estava na fila do cartório disse que viu o delegado batendo com a arma no cadeirante.

– Eu vi o delegado batendo com a arma no cadeirante – diz Karina Garcia.

A corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar lesão corporal dolosa (quando há intenção).

Quem estaciona em vaga destinada a deficientes físicos recebe três pontos na CNH e multa de R$ 56.

Fonte: O Globo