Filhos de empresários em Franca são presos por furtar R$ 1 mi de casas

Cinco jovens de classe média alta, com idade entre 19 e 25 anos, são investigados pela Polícia Civil por furtos em casas de bairros nobres em Franca, no interior de São Paulo. Três estão presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade e outros dois são considerados foragidos, com mandados de prisões expedidos pela Justiça.

Segundo a polícia, a quadrilha, formada por filhos de empresários, comerciantes e pessoas influentes de guia Franca, fazia amizades em bares e festas, e esperava a ausência de familiares para cometer os crimes. A maior ação ocorreu no feriado da Páscoa, em abril, quando cerca de 15 residências foram furtadas. Os furtos teriam rendido mais de R$ 1 milhão em joias, relógios, objetos eletroeletrônicos, entre outros.

Os jovens foram observados por quase um ano, após denúncia, segundo o investigador Paulo Resende, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O delegado Márcio Murari já reuniu provas, como cheques falsificados, usados pelos rapazes, que também usavam cartões de crédito furtados no comércio. Murari abriu 12 inquéritos para investigar os cinco suspeitos. A quadrilha, que usava os contatos e informações pessoais para planejar os crimes, também é suspeita de tráfico de drogas.

Leonardo Engler Pugliesi, de 19 anos, foi preso em sua residência há duas semanas, pois seria, segundo a polícia, o responsável pelo apartamento, alugado em bairro universitário, onde eram guardados os produtos furtados. No apartamento foram encontrados 3 quilos de maconha, porções de cocaína, balança de precisão, uma revólver calibre 32 e objetos furtados de pelo menos 12 pessoas, que reconheceram seus pertences. Resende acredita que os objetos recuperados somam apenas cerca de R$ 200 mil. “O restante pode ter sido vendido ou trocado por entorpecentes”, comenta Resende. Segundo a polícia, nem os familiares de namoradas do bando escapavam dos furtos.

Após a prisão de Pugliesi, Rafael Rodrigues Rossin, de 20 anos, e João Paulo Limírio, de 25, foram presos com um Vectra furtado. Tiago Engler Pugliesi, de 24 anos, irmão de Leonardo, e Guilherme Rodrigues Alves, de 21, estão foragidos. Nenhum deles estaria estudando ou trabalhando. Alves teria conhecimento de eletrônica, o que facilitava os desarmes dos alarmes das residências furtadas.

A advogada de Leonardo, Ana Maria de Lima, espera a Justiça avaliar o pedido de relaxamento de prisão de seu cliente, que afirma ser inocente e que foi detido em sua casa, não no apartamento alugado, e sem objetos furtados. Solange Secchi defende Tiago, alega sua inocência, e espera revogar a prisão preventiva na Justiça local.

Caso isso não ocorra, ela entrará com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ), em São Paulo. A advogada não cogita a apresentação de seu cliente à polícia. Os advogados dos outros rapazes investigados pela polícia não foram localizados pela reportagem.

Fonte: O Estado de S. Paulo