PT de Diadema intervém na eleição do Legislativo

O diretório do PT de Diadema entrou nas discussões da eleição da presidência da Câmara para tentar unificar as duas candidaturas da bancada governista. O presidente petista, Josemundo Dário Queiroz, o Josa, aproveitou a sessão ordinária de ontem para “negociar” com os vereadores a reeleição de Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT).

Após a plenária, o outro postulante governista, Laércio Soares (PCdoB), se reuniu com o dirigente petista e bancada do partido.

“Não conseguimos avançar em nada, falando em termos de composição. Eles não querem abrir mão da cabeça de chapa, se abrirem, nós vamos fazer uma composição”, definiu Laércio, após o encontro. A proposta do comunista é propagar a alternância de poder, já que o PT comanda o Legislativo há dez anos.

Dos 17 vereadores do município, é necessário o voto de, no mínimo, nove deles para ser eleito. “Para quem precisa de nove, estamos discutindo com 11”, avisa Laércio.

Os vereadores Talabi Ubirajara Cerqueira Fahel (PSC), José Edmilson Pereira da Cruz, o Pastor Edmilson (PRB) e Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), estariam apoiando Laércio, segundo o mesmo. No entanto, os parlamentares dizem que ainda não definiram o voto.

Além destes, a bancada do PSDB – Lauro Michels, Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia, e José Dourado – e do PV – Regina Gonçalves e Milton Capel – são citados como “possíveis” incentivadores por Laércio.

“É injustificável que uma bancada governista tenha dois candidatos. Se fosse um candidato da oposição nós entenderíamos”, destacou Josa, justificando a inserção do PT no debate.

O mandatário petista disparou críticas aos argumentos de alternância de poder. “Estamos na Prefeitura há dez anos e eles sempre estão nos apoiando e fazendo parte do projeto. Precisamos saber se a alternância não é uma conveniência”, disse.

Josa prometeu ouvir “quais são as reivindicações” dos partidos e apresentar propostas a cada um deles. O PSDB, sozinho na oposição, também será incluído no diálogo. A reivindicação dos tucanos é ocupar a 1ª secretaria. “Eles fazem oposição programática. A mesa tem que atender a representatividade do Legislativo e eles têm três vereadores”, comentou.

A bancada petista conta com cinco integrantes, caso o grupo governista se volte contra, os três do PSDB, mais a peemedebista Cida Ferreira poderiam dar a vitória a Maninho.

Nos bastidores, Cida e Wagner Feitosa, o Vaguinho (PSB), tendem a apoiar Maninho. O posicionamento dos tucanos só deve sair quando Zé Dourado, afastado dos trabalhos por problemas pessoais, retornar ao Legislativo.

O prefeito Mário Reali (PT) não quis interferir no processo. A entrada do PT se deu por conta da divisão governista. “A Câmara tem maturidade suficiente para definir o futuro. O governo só entraria na discussão se houvesse algum desgaste na relação com a Casa”, argumentou Josa.

Fonte: Diário do Grande ABC