Vítimas de incêndio em Diadema ainda não foram indenizadas

As 22 famílias moradoras do Jardim Ruyce em Diadema que tiveram bens destruídos durante o incêndio na Di-All Química e Distribuição em 27 de março de 2009 ainda não foram indenizadas. Embora uma Câmara de Indenização aos moradores tenha sido formalizada entre os advogados da empresa e representantes legais dos moradores, com mediação da Assistência Judiciária do município e da Defensoria Pública do Estado, o dinheiro não chegou às mãos das vítimas.

De acordo com o advogado da empresa, Rubem Seidl, o impasse se deve à morosidade da Justiça. “Algumas casas até começaram a ser reformadas, mas o Ministério Público bloqueou os bens dos meus clientes, e agora não depende mais dele”, afirmou. O representante dos moradores Eduardo Costa informou que desde maio ação pública aguarda a liberação dos bens da companhia para o pagamento. “Na minha opinião, isso já deveria ter sido feito. O levantamento dos bens está tumultuado por causa da grande quantidade de recursos impetrados”, argumentou.

O Ministério Público/SP informou, por nota, que “o bloqueio dos bens foi pedido pela promotoria de Justiça como forma de garantir futura execução na ação civil pública proposta contra a empresa, os sócios e o proprietário do imóvel incendiado”.

A assessoria do Tribunal de Justiça/SP afirmou, também por nota, que o processo – que corre na 3ª Vara Cível de Diadema – está em andamento, e que recentemente foi julgado recurso em segunda instância. “Dessa maneira, o processo está no gabinete da juíza para ter prosseguimento.”

Para Maria Salete de Jesus Paula, que teve sua casa parcialmente destruída pelo acidente, além de um carro e uma moto que foram totalmente queimados, a situação mostra desrespeito por parte da Di-All. “Levaram meu carro em novembro de 2009 e até agora não deram satisfação. Me pagaram seis meses de auxílio aluguel, mas esqueceram da gente”, afirmou a dona de casa, ao destacar que algumas pessoas fizeram as reformas com recursos próprios.

O vereador Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi que acompanhou todas as negociações, disse que mesmo as famílias que tiveram seus imóveis reformados, reclamaram dos materiais que vinham sendo utilizados. “Querem que todos recebam as mesmas coisas”, afirmou.

Fonte: Diário Regional